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Bioeconomia no Sul da Bahia é fortalecida com consórcio de cacau e nativas

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Solução tem tornado as culturas mais resilientes e melhorado a qualidade do fruto

No Sul da Bahia, produtores de cacau estão adotando um modelo de cultivo que integra o fruto a árvores nativas, fortalecendo a bioeconomia da região. A prática gera serviços ambientais, estimula a biodiversidade e ainda garante bons rendimentos ao produtor, contradizendo os antigos conceitos de que a monocultura é mais produtiva e de que a silvicultura seria uma atividade de alto custo e de longo prazo.

Inspirado no sistema Cabruca – no qual o cacau é plantado sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica – o modelo prioriza espécies desse bioma, mas que tenham valor comercial, além de proporcionar benefícios ambientais. Entre outras vantagens ambientais e econômicas, estão a proteção contra extremos climáticos, o enriquecimento do solo, a menor necessidade de insumos químicos e o combate a pragas, como a vassoura-de-bruxa, que no passado dizimou boa parte da produção cacaueira da Bahia.

A Cabruca tecnológica do século 21, porém, começa com a seleção das matrizes, passando pelo melhoramento genético até a produção de sementes e das mudas de alta produtividade. Além da melhor qualidade da produção, o processo estimula o reflorestamento e a manutenção da biodiversidade local, segundo Mickael Mello, engenheiro florestal e gerente de viveiro da Symbiosis, empresa responsável pelo modelo de consórcio de nativas com cacau na Bahia.

O Sul da Bahia é uma área remanescente da Mata Atlântica, com um expressivo número de plantas e animais, que compõem  um corredor importante para o bioma e é prioritário para a conservação. “As mudas cultivadas enriquecem o microclima, atraem polinizadores, melhoram a qualidade e a quantidade de água, além de contribuírem para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Estudos indicam que o cultivo consorciado atrai mais abelhas e aumenta a produção”, revela Mello.

Alternativa sustentável e de baixo carbono, o consórcio torna o sistema produtivo mais resistente e o cacau mais interessante para os compradores. Além disso, gera retorno no longo prazo, amplia a oferta de madeira tropical de origem sustentável e contribui para reduzir a pressão sobre o desmatamento ilegal, promovendo benefícios econômicos, sociais e ecológicos.

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