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Mostra inédita destaca a força do cinema indígena no Brasil

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro celebra o Abril Indígena com  mostra inédita que destaca a força do cinema indígena no Brasil 

“Cosmologias da Imagem: Cinemas de Realização Indígena” reúne uma  instigante filmografia que vem se constituindo e se consolidando no Brasil  nas últimas décadas 

De 16 de abril a 12 de maio de 2025. Entrada franca.

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro recebe, de 16 de abril a 12 de maio, uma mostra  inédita que promete transformar a percepção do cinema realizado hoje no Brasil. “Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena” é organizada pela produtora Filmes de Quintal,  coordenada pela antropóloga e documentarista Júnia Torres, que também assina a curadoria com a cineasta e artista visual Olinda Tupinambá, e tem produção executiva de Tatiana Mitre, da Amarillo  Produções. A iniciativa conta com o patrocínio do Banco do Brasil. 

Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena” apresenta uma retrospectiva de obras  produzidas por cineastas indígenas no Brasil, entre 2011 e 2024, que vêm renovando a linguagem  documental. A programação é protagonizada por cineastas e realizadores de diversos povos,  reunindo uma filmografia inovadora, embora ainda dispersa, que se constituiu ao longo das últimas  duas décadas e está reunida aqui de forma inédita. A mostra reflete sobre a identidade e a  ancestralidade brasileiras, ampliando o acesso a narrativas expressas por meio da cinematografia de  cineastas originários de várias regiões e povos. 

O Brasil conta hoje com 305 etnias indígenas identificadas, cada qual com sua própria cosmologia e  visão de mundo, que, em parte, vêm sendo representadas cinematograficamente. A curadoria da  mostra procurou destacar a diversidade de formas, propostas fílmicas e temáticas presentes na  filmografia contemporânea dos cinemas indígenas no Brasil. Os filmes vão desde documentários,  filmes-rituais, passando por filmes híbridos (que misturam documentação e encenação da vida  cotidiana, da história e da cosmologia), vídeo-performances e clipes musicais apresentando  realizações que muitas vezes escapam às definições e gêneros do cinema tradicional, propondo  novas formas de construção narrativa. 

A retrospectiva destaca obras que, através de suas próprias narrativas, redefinem os protagonismos  autorais e a linguagem cinematográfica no país. Esta iniciativa visa ampliar a visibilidade do  movimento contemporâneo de cineastas e artistas indígenas que, nas palavras de Ailton Krenak,  estão “demarcando as telas com um novíssimo cinema brasileiro“. 

Serão exibidos 33 filmes – 12 longas e 21 médias e curtas-metragens -, organizados em cinco eixos  temáticos que exploram diferentes aspectos do cinema indígena: Terra e Território: Brasil é Terra  Indígena; Direito à Diferença: Nosso Modo de Vida, Nossas Festas, Nossos Rituais; Fluidez da  Forma: Encenações e Performance nos Cinemas Indígenas; Cinemas da Floresta, do Sonho e da  Luta e Para Adiar o Fim do Mundo. Além das exibições, estão programadas atividades  complementares como a mesa-redonda “Retomada e transformação nos cinemas e nas artes  indígenas, com as curadoras Júnia Torres e Olinda Tupinambá e o cineasta indígena Guarani Nhandewa Alberto Alvares. Também haverá uma sessão comentada do premiado filme “Yvy Pyte – Coração da Terra”, dirigido por Alberto Alvares e José Cury. A sessão de abertura (16/04) será com uma sessão comentada pela diretora de Artes Visuais da Funarte, pesquisadora e curadora indígena  Sandra Benites de “Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali.  O longa-metragem conquistou, entre outros, os prêmios de Melhor Filme da Competição  Internacional e Menção Honrosa do Prêmio Tim Hetherington, do Sheffield DocFest 2021; de Melhor  Longa – Mostra Olhos Livres, da Mostra de Cinema de Tiradentes 2021; e de Melhor Documentário,  no FIFER – Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife 2021. 

“Acredito que o cinema indígena apresenta um olhar de descolonização à imagem dos indígenas. E,  assim como é extremamente importante que os povos possam fazer seus próprios filmes, é  importante pensar em distribuir essas produções, pois só assim teremos a possibilidade de  fortalecer o cinema nacional feito pelos povos indígenas”, comenta a curadora Olinda Tupinambá 

Povos e Regiões Representados 

A mostra apresenta obras de cineastas e coletivos indígenas de povos como Maxakali/Tikmũ’ũn  (MG), Kuikuro (MT/Xingu) Yanomami (AM e RO), Mbya-Guarani (RS e SP), Guarani Nhandeva  (MS), Tupinambá (SP e BA), Karapotó (AL), Awa Guajá/Tentehara/Guajajara (MA), Huni Kuin (AC),  Xakriabá (MG), Mebêngôkre-Kayapó (PA), Baniwa (AM), Krahô (TO), Xavante (MT), Tupi (SP),  Fulni-ô (PE) e Kaiabi (MT). 

Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena” não apenas celebra a diversidade  cultural do Brasil, mas também oferece uma oportunidade única para o público explorar novas  perspectivas e experiências através do poder transformador do cinema indígena. Esta mostra é um  convite para mergulhar em narrativas decoloniais que iluminam e enriquecem a compreensão da  identidade nacional contemporânea. 

“O foco da mostra está no poder transformador do audiovisual indígena, capaz de reconstruir nossa  autoimagem como uma nação pluriétnica e de construir uma identidade contemporânea inclusiva,  protagonizada por novos atores sociais e artísticos através da auto-representação. As obras  selecionadas reconfiguram significativamente a linguagem do cinema documental ao registrar  práticas, representações e narrativas dos povos indígenas, onde o corpo, os rituais, gestos, a  floresta, o ambiente natural e seus habitantes assumem papel central na construção visual e  sonora”, comenta a curadora Júnia Torres.

Para mais informações sobre a programação completa visite o site. A entrada é  gratuita. Os ingressos podem ser retirados a partir das 9h, no dia da sessão, no site ou na bilheteria  do CCBB RJ. 

Sobre o CCBB RJ 

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado  pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do  centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a  cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas,  cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório,  promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os  brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira  simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das  manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo,  acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.  

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