O governo federal lançou nesta segunda, dia 30, o Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara). A medida deve contribuir para que os produtores brasileiros comecem a enfrentar um de seus principais desafios: reduzir o uso crescente de insumos químicos na produção agrícola.
Só as lavouras de soja – principal commodity agrícola, que responde por 46,17% do total da área plantada ou destinada para cultivo do país – registraram um crescimento da ordem de 2019% no uso de agrotóxicos entre 1993 e 2023. Um salto 16 mil para 349 mil toneladas de agrotóxicos.
O modelo produtivo atual, baseado no uso intensivo de insumos químicos, se mostra cada vez mais ineficiente e insustentável, do ponto de vista econômico e ambiental. Em 1993, 1 kg de agrotóxico produzia 23 sacas de soja. Em 2023, a mesma quantidade produziu apenas 7.
O Brasil já é o país que mais usa agrotóxicos por hectare entre os cinco maiores produtores do grão do mundo. E esse uso excessivo impacta diretamente o meio ambiente e o bolso do produtor. Em 2023, foram necessárias 23 sacas de soja para pagar os custos com sementes, agrotóxicos e fertilizantes. Em 1993, eram apenas 11.
Esses dados fazem parte do estudo Brasil como líder mundial em produção de soja: até quando e a que custo?, disponível em escolhas.org