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Organizações de todo o mundo pedem que líderes climáticos coloquem as áreas úmidas – e o Pantanal – no centro da agenda da COP30

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Environmental Justice Foundation (EJF), em parceria com a Chalana Esperança e uma ampla coalizão de organizações da sociedade civil e cientistas, lançou hoje uma carta conclamando líderes climáticos a colocarem as áreas úmidas, incluindo o Pantanal, no centro da ação climática global. A carta foi entregue hoje à Presidência da COP30, durante o evento oficial Pré-COP30 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, organizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, no Auditório da Faculdade Insted.

A entrega marca simbolicamente o lançamento oficial desta carta; uma iniciativa que teve a adesão de mais de 150 organizações nacionais e internacionais, incluindo SOS Pantanal, Observatório do Clima, Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Onçafari, entre outras, além de cientistas de todo o mundo.

A carta destacou que as áreas úmidas estão entre os ecossistemas mais vitais e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do planeta, desaparecendo a uma taxa três vezes maior do que as florestas. Apesar de armazenarem mais carbono por unidade de área do que qualquer outro ecossistema terrestre, as áreas úmidas continuam amplamente negligenciadas nas negociações climáticas internacionais. Áreas úmidas icônicas, como o Pantanal, o Delta do Okavango e as turfeiras da Bacia do Congo, enfrentam pressões crescentes da agricultura industrial, da retirada de água, da exploração de recursos e de incêndios devastadores.

O Pantanal tornou-se um exemplo alarmante dessa crise: em 2020, quase um terço do bioma foi consumido pelo fogo, liberando 115 milhões de toneladas de CO₂ – equivalente às emissões anuais da Bélgica. A EJF ressaltou que, sem ação urgente para conservar e restaurar as áreas úmidas, as metas do Acordo de Paris não serão alcançadas.

A carta pede aos signatários do Acordo de Paris que:

  • integrem as áreas úmidas nos planos nacionais de ação climática (NDCs) e em estratégias de longo prazo;
  • ampliem a cooperação e o apoio técnico para a conservação de áreas úmidas no Sul Global;
  • estabeleçam metas globais e mensuráveis para a proteção e a restauração de áreas úmidas, acompanhadas de financiamento adequado;
  • fortaleçam o papel dos povos indígenas e comunidades locais na governança das áreas úmidas.

“Áreas úmidas são indispensáveis tanto para a mitigação quanto para a adaptação às mudanças climáticas, mas continuam perigosamente negligenciadas. Proteger o Pantanal e outras áreas úmidas é não apenas um imperativo climático, mas também uma questão de justiça para as comunidades que delas dependem”, afirmou Luciana Leite, representante da Environmental Justice Foundation no Brasil.

O evento Pré-COP30 em Campo Grande representou um momento decisivo para elevar o papel das áreas úmidas na agenda climática global e para honrar o legado de defensoras e defensores que lutaram incansavelmente pela proteção do Pantanal.

“A COP30 é uma grande oportunidade de selarmos este compromisso em prol das áreas úmidas, uma vez que a maior e mais icônica delas está no Brasil, o nosso Pantanal” afirmou Leonardo Gomes, Diretor Executivo do Instituto SOS Pantanal.

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