O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) divulga prévia do Brasil de Soluções — um portfólio inédito que reúne projetos empresariais de alto impacto socioambiental e climático e que será oficialmente entregue à presidência da COP30, em novembro. O documento foi entregue para o Campeão de Alto Nível do Clima da COP 30, Dan Ioschpe, no último dia 12 de agosto, durante o Conselho de Líderes, organizado pelo CEBDS com os CEOs de suas empresas associadas.
Ao todo, foram mapeados 135 projetos desenvolvidos por 58 empresas associadas, distribuídos por 18 setores-chave da economia, com o apoio da Accenture. Destes, 72 iniciativas foram destacadas nesta publicação preliminar, demonstrando, com evidências concretas, o protagonismo do setor empresarial na construção de uma economia de baixo carbono. As áreas de energia, florestas e indústria concentram a maior parte das soluções, refletindo vocações e vantagens competitivas do país e cobrindo diferentes regiões e biomas estratégicos, como Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica.
Soluções nas áreas de Energia, Florestas e Indústria, por exemplo, apresentam o maior volume de iniciativas mapeadas no Portfólio, e refletem grandes forças e vocações do Brasil, com alcance que cobre diferentes regiões e biomas estratégicos, incluindo Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. Mais da metade das iniciativas já adota metodologias reconhecidas internacionalmente para mensuração e monitoramento de resultados, como o GHG Protocol, principal padrão global para contabilização e gestão das emissões de gases de efeito estufa, assegurando transparência, comparabilidade e credibilidade aos dados apresentados.
O documento também revela que o financiamento é um fator central para viabilizar e ampliar o impacto das soluções empresariais identificadas. Metade dos projetos analisados indica necessidade de captação de recursos adicionais para sua execução ou expansão.
O levantamento mostra ainda que 79% dos projetos têm relação direta com redução de emissões, geração de créditos de carbono ou adaptação climática, contemplando reduções diretas nas operações (Escopo 1), ganhos de eficiência energética e uso de fontes renováveis (Escopo 2) e mitigação de emissões ao longo de toda a cadeia de valor (Escopo 3).
O Brasil de Soluções é um instrumento estratégico de articulação e escala. Quase metade das iniciativas está alinhada a Planos de Transição Corporativos, que orientam a descarbonização de operações e cadeias de valor, e 50% seguem metas públicas de redução de emissões, incluindo compromissos Net Zero. Além disso, 85% estão conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com destaque para o ODS 13 – Ação Climática, o ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis e o ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura.
A dimensão colaborativa é outro pilar central: 58% dos projetos envolvem comunidades locais, 40% contam com instituições de ensino e pesquisa para o desenvolvimento de soluções inovadoras e 59% mantêm parcerias interinstitucionais. Esse ecossistema integrado acelera a adoção de práticas sustentáveis e cria pontes entre empresas e fontes de financiamento, condição indispensável para multiplicar o impacto das iniciativas.
“Com esta prévia do Brasil de Soluções, o CEBDS leva à COP30 uma mensagem clara: o setor empresarial brasileiro já está mobilizado, pronto para liderar com iniciativas concretas, mensuráveis e replicáveis, reafirmando o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5°C e posicionando o Brasil como protagonista global na construção de um futuro mais sustentável e resiliente”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS e Enviada Especial do Setor Empresarial para a COP30.
Sobre o Conselho de Líderes:
Há 10 anos, o Conselho de Líderes tem papel estratégico de articulação entre setor privado e poder público do Brasil. Criado a partir dos desdobramentos da Rio+20, o Conselho foi palco de momentos-chaves para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono – como em 2021, quando nasceu o posicionamento “Empresários Pelo Clima” que evidenciou o comprometimento das empresas brasileiras com o cumprimento do artigo 6 do Acordo de Paris e as metas para limitar o aquecimento global.
