Convite reforça protagonismo do Brasil na formulação de políticas globais para energia limpa e infraestrutura nuclear
A ABDAN (Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares) foi convidada a assumir a liderança do novo Grupo de Trabalho de Financiamento para Projetos Nucleares no âmbito do BRICS, estrutura criada para formular diretrizes e instrumentos financeiros voltados à expansão segura e sustentável da energia nuclear entre os países-membros. O convite representa uma conquista para o setor nuclear brasileiro e posiciona o país como protagonista no debate internacional sobre financiamento, sustentabilidade e infraestrutura energética de longo prazo.
O Grupo de Trabalho surge como desdobramento das discussões realizadas em maio de 2025, durante a sessão de especialistas da Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), no Brasil, quando representantes de diversos países apontaram a necessidade de criar mecanismos financeiros específicos para projetos nucleares, especialmente diante da crescente demanda global por energia de baixo carbono.
Em junho, os participantes da Plataforma Nuclear dos BRICS formalizaram a criação do GT “Instrumentos de Financiamento dos BRICS para Instalações Nucleares”, que agora será conduzido pela ABDAN. O objetivo do grupo é desenvolver estudos, critérios e recomendações que orientem bancos de desenvolvimento e instituições financeiras internacionais na tomada de decisões sobre investimentos nucleares.
O escopo do GT inclui a análise de práticas regulatórias globais, avaliação de modelos financeiros já utilizados em grandes projetos e elaboração de propostas que alinhem a política financeira dos BRICS aos requisitos contemporâneos de sustentabilidade, considerando as particularidades tecnológicas e ambientais do setor nuclear. O grupo também deverá examinar critérios “verdes” aplicáveis a tecnologias como reatores de água leve (LWR), pequenos reatores modulares (SMR) e usinas nucleares flotantes (FNPP).
Para Celso Cunha, o convite reflete o reconhecimento internacional ao avanço do setor nuclear brasileiro e ao papel da ABDAN como articuladora técnica e institucional:
“Ser chamado a liderar esse grupo de trabalho é um sinal claro de que o Brasil está preparado para contribuir com a construção de políticas globais de financiamento que garantam segurança, sustentabilidade e previsibilidade aos projetos nucleares. A ABDAN atuará com responsabilidade e visão estratégica para fortalecer a posição do país e apoiar os mercados emergentes dessa nova era da energia.”



